Eis que hoje voltei à faculdade.
Não, não voltei a ser aluna - mas tive a oportunidade de estar numa faculdade em horário de aula, com direito a debate politico, burburinho de horário de saída e tudo a que uma faculdade tem direito - há mais ou menos uns dois anos que isso não me acontecia - apesar de graduada no ano passado, meu último ano na faculdade foi de aulas esporádicas, uma ou outra matéria que eu estava devendo, e monografia. Então foi um momento de pura nostalgia esse encontro com uma professora de uma conceituada universidade carioca em pleno horário de aulas. Me senti até mais disposta a encarar os bancos de salas de aula novamente - mas isso fica pra outra conversa, outro dia.
* * *
Importa é que há alguns dias venho me lembrando de um professor que tive, e numa conversa por e-mail com outro 'amiguinho virtual', resolvi pesquisar o que se falava deste professor por aí - afinal, não é sempre que você tem o melhor professor do país (na área dele) e além de tudo o sujeito é acometido por um problema de saúde no segundo semestre de aulas com sua turma e acaba falecendo - daí cria-se um mito.
Isso foi Cláudio Ulpiano, o melhor professor de Filosofia da Arte que alguém pode ter - as aulas dele tinham os clássicos, mas também tinha o contemporâneo. E ele relacionava com maestria o mito da Caverna (um clássico da introdução à filosofia) com "Persona", do Bergman, e ainda tinha a manha de comparar com a arte do Velvet Underground, e no final, voltar para o ponto de partida. Falando assim, parece pouco, mas não conheço aluno que não tenha tido aula com ele e não tenha achado sensacional sua capacidade de relacionar assuntos tão diferentes e tão atuais e prender a atenção da sala inteira e, como poucos, transformar uma aula sobre qualquer coisa em aula de vida.
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