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sábado, fevereiro 28, 2004

Esta noite, estive em algum ponto entre a Rodoviária, a Central do Brail, a Avenida Presidente Vargas e algum terminal genérico de cidade pequena ou subúrbio que certamente já deu as caras em algum sonho, pois me era familiar. Este ponto específico era o local onde convergiam linhas de trem e ônibus intermunicipais.
Estava escuro, chovia, do outro lado do que parecia ser a Pres. Vargas quase deserta a não ser por um ou outro folião tardio de plumas murchas pela chuva, a água alcançava as panturrilhas, e lembro de ouvir nitidamente a frase "Desse jeito você não alcança ele!"
Virei a esquina, fui parar no tal terminal e, debaixo de uma chuva forte mas não com jeito de temporal, minha amiga (nenhuma amiga específica, mas com traços de Aline ou Mariana) dizia para entrarmos no 999.
Então acordo com uma tempestade vinda de fora, levantei para fechar as janelas e desligar o computador que estava acordado enquanto eu dormia pesadamente depois de um longo dia de trabalho (quando você trabalha em casa, não há hora para terminar). Mensagens piscavam no icq e o céu relampejava incessantemente, dando a impressão de uma chama gigante bruxuleando sem parar, vinda lá do alto.
Thor deve estar furioso - com o que, não consigo imaginar.
* * *
Sei que era quase manhã quando me dei conta de que passei quase duas horas registrando sonhos compulsivamente - lembrar de um sonho me lembrava de outro que me associava a outros dois de semanas passadas, dos quais lembrava nitidamente - e, quando a tempestade desta madrugada finalmente acalmou e o céu parou de ribombar, consegui dormir como um anjo mais uma vez - desta vez com uma estranha sensação de dever cumprido.
* * *
I'm feeling lucky
Ah, sim.
Se o Google fosse uma carta de tarô, seria A Imperatriz.. porque A Imperatriz tem de tudo!
Te juro: leigos como eu podem virar técnicos em Ruindows num apertar de botões e resolver, imediatamente, problemas decorrentes do pacto com o demônio que é entrar em sites de cracks e seriais cheios de pop-ups de sacanagem e trojans pelo Internet Explorer..

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Ha!
Eu já sabia deste resultado desde os dez anos de idade!

marcie
You are Marcy. You're the smart girl with the
glasses. You care enough about your freind to
convince her to do well at school, but she kind
of ignores you. Don't give up.


Peanuts Quiz
brought to you by Quizilla

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Sinistro

Há um prédio pegando fogo no Centro do Rio, correndo risco de desabamento. Menos mal que o fogo tenha começado antes do expediente do prédio começar e não haja feridos (a não ser uma dona que resolveu acompanhar a operação dos bombeiros e acabou atropelada, mas isso não tem relação direta com o incêndio, afinal).
Fim de uma Era
Foram quase três anos de brigas, mau humor, dores lombares, barulhos estranhos, reclamações, rangidos, remendos, desconforto, ripas espetando em lugares 'estratégicos', noites mal dormidas que, embora eu durma feito uma pedra e nem perceba, deixaram seqüelas desagradáveis durante o dia (como meu sono constante, que acredito que se deva à minha cama-de-faquir).
No entanto, hoje, oficialmente, inaugura-se a Era do Sono Perfeito.
Obrigada, mãe, obrigada, Sonoleve!
* * *
Sinistro
Há um prédio pegando fogo no Centro do Rio, correndo risco de desabamento. Menos mal que o fogo tenha começado antes do expediente do prédio começar e não haja feridos (a não ser uma dona que resolveu acompanhar a operação dos bombeiros e acabou atropelada, mas isso não tem relação direta com o incêndio, afinal).
[Update] Lendo o comentário do Hazel, lembrei.. DARWIN AWARDS pra ela!
* * *
(In)Utilidade pública
Ensine seu gato a usar a privada.. por Charles Mingus (ele mesmo, o jazzman!!)!

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

Não sou nenhuma entusiasta do Bob Esponja. A bem da verdade, não vi nada demais no desenho. De qualquer forma, não podia deixar de anunciar que a Nickelodeon está produzindo um longa-metragem do freak.
Esportes estúpidos que não gostaríamos de ver..
..mas que, infelizmente, eu existo pra divulgar pra vocês!
A prática do "Telephone Cramming" consiste em atochar o maior número de idiotas possível numa cabine telefônica. O recorde mundial é dos sul-africanos, com 25 imbecis espremidos numa pequena cabine.
Esta foi mais uma da série "você poderia dormir sem essa".
* * *
Não sou nenhuma entusiasta do Bob Esponja. A bem da verdade, não vi nada demais no desenho. De qualquer forma, não podia deixar de anunciar que a Nickelodeon está produzindo um longa-metragem do freak.
* * *
Aliás, alguém escreveu um roteiro de 'Sandman' para cinema.
Se está bom ou não, se está digno das revistas, não sei, não pude ler ainda. Mas é meu dever colocar isso aqui pra quem quiser ver..

terça-feira, fevereiro 24, 2004

Garoto de 9 anos é indiciado por crime.

O mundo é MESMO dos sem-noção.
Último dia
"Xuxa eu te amo" é o caralho.
Ainda mais às 22h30, ainda mais quando eles saem da concentração na rua (que já estava alto) e vão batucar DEBAIXO DA SUA JANELA. Andando. Devagar. Ensurdecedor. Affe.
Há ainda um ovo em casa.
Vamos ver, vamos ver.
* * *
Cara nova
Gostei disso aqui. Tá parecido comigo. Pelo menos por agora, quando eu achar que não está mais, mudo.
* * *
Taqueupariu..
E "Xuxa eu te amo" continua. Vou começar já a juntar dinheiro para visitar Omsk, Dudinka ou Vladivostok no carnaval do ano que vem.

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

O Amor é Lindo e Azulzinho

Francesa consegue, finalmente, casar com o namorado.

O toque extraordinário desta notícia é que o sujeito está morto desde 2002.
O Amor é Lindo e Azulzinho
Francesa consegue, finalmente, casar com o namorado.
O toque extraordinário desta notícia é que o sujeito está morto desde 2002.

sábado, fevereiro 21, 2004

O melhor presente que eu poderia ganhar no meu aniversário, ganhei há umas duas horas atrás.
Não tem preço saber que as pessoas que a gente ama estão bem e passaram bem por situações delicadas.

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Bom, eu não dancei (embora tenha ido com o kit quase completo duas vezes). Mas até que mandei bem no teste.. o que não quer dizer nada, é bem fácil, mas eu não podia deixar de colocar o resultado aqui:

oolala
You know everything there is to know about Rocky
Horror and have probably dressed as a
transvestite and danced in the theatre once or
twice. We salute you, oh horrific one!


How well do you know Rocky Horror?
brought to you by Quizilla

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Eu Odeio Carnaval Com Todas as Minhas Forças
Quando eu era pequena, tinha pavor de bate-bola. Sempre foi uma tortura sair na rua e esbarrar com uns sujeitos grandes, mascarados, apitando compulsivamente no ouvido de qualquer um, e vestidos com aquelas roupas horrorosas de chita, não-humanos o suficiente para se divertirem debaixo daquela roupa toda no calor insuportável de Niterói em fevereiro, sem ligar para a temperatura.
Como se isso não fosse motivo suficiente para odiar as festividades momescas, meu aniversário quase sempre dá o azar de cair durante o carnaval ou na quarta de cinzas - os amigos viajam e eu fico aqui, com cara de tacho (este ano vai ficar um monte de gente por aqui pra comemorar os 23 anos que já faço há anos, oba!), tendo que procurar os sobreviventes.
Pra piorar a situação, em cada esquina há concentração esporrenta de pessoas bêbadas e suadas, que acham que Carnaval é 'época de perder a linha'.
Como eu digo há tempos, gente que precisa esperar o Carnaval ou o ano novo pra se vestir de mulher e ainda se divertir de sapato alto e sutiã é porque GOSTA disso. Gente que precisa esperar o Carnaval pra 'se soltar' deve viver uma vidinha reprimida durante o resto do ano.. puta merda. Então eu acho essa época do ano deprimente, que poderia ser marcada por festas e pessoas se divertindo, mas acaba marcada pela impossibilidade de passar por certos trechos de rua sem ser importunada por um monte de bêbado suado cantando músicas ruins. É, porque samba de hoje não tem mais ritmo, é só marcação de bateria. Cadê as músicas de Braguinha? Cadê as marchinhas, cadê a melodia? Música precisa de melodia. Ou eu é que estou chata demais?
* * *
Mas não consigo deixar de acompanhar algumas notícias
Como esta, que conta que o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Eusébio Scheid, resolveu vetar um dos carros da Grande Rio, que mostra Adão e Eva copulando, com movimentos.
Tudo bem que Joãosinho Trinta já é chegado a umas polêmicas mesmo. Tudo bem que carnavalesco raramente prima pelo bom gosto. Mas vetar uma cena de sexo entre Adão e Eva por vetar é negar o próprio referencial de evolução da Igreja, que acredita que a humanidade começou aí. Quer dizer que Eva também foi abençoada pelo Espírito Santo para conceber Caim e Abel? Isso não contraria todo o mito em torno de Maria, Mãe de Jesus? E você, seu Arcebispo, nasceu como? Combustão espontânea?
* * *
O mundo é dos sem-noção mesmo..
Deu no Globo de hoje: Garoto de 9 anos é indiciado por crime.
Inacreditável..
* * *
E a piada da semana é..
O louquinho tava lá puxando uma escova de dentes por um barbante, como se fosse um cachorro. O sujeito que passava sempre por ali não resistiu e fez graça com o louquinho:
- Aí, hein? Passeando com o cachorro!
- Cachorro nada, seu mané, não tá vendo que isso aqui é uma escova de dentes?
O sujeito então pensou, pensou e chegou à conclusão.. "é.. ele não está louco não..", enquanto ou louquinho, assim que virou a esquina, pegou a escova no colo e falou:
- Viu, Totó, enganamos mais um!

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Paranóia
Deu no Globo Online:
Açúcar fecha metrô de Bruxelas
Reuters
BRUXELAS - Um comilão de doces pode ter sido o culpado por ter deixado o pó branco suspeito que fechou uma plataforma em um importante estação de metrô de Bruxelas por mais de duas horas na manhã desta terça-feira, de acordo com um funcionário da estação.
Os passageiros foram retirados da plataforma na hora do rush e outros evitaram descer na estação Schuman, no centro de Bruxelas, depois que o pó foi encontrado por um faxineiro perto de uma cabine telefônica.
As primeiras análises sugeriram que as amostras eram de açúcar refinado usado na cobertura de pães ou tortas, em vez de antraz ou de outro agente tóxico, disse Jean-Paul Alvin, porta-voz do metrô de Bruxelas.
Fez-se um alvoroço por nada. Mas estávamos preocupados, então tomamos todas as precauções necessárias - disse.

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

É hora de tomar uma atitude quando..
..quando você vê algo terrível, o horror, o horror, e percebe que, se não fizer nada a respeito nem mudar certos hábitos, você vai fazer o mesmo daqui a alguns anos.
Eu sei, o caso dela é pior, mas veja bem: se eu não tomar uma atitude urgente, vou pelo mesmo caminho.
Porque Marcel Duchamp pode ter revolucionado o mundo da arte quando descontextualizou objetos, levando-os para galerias de arte, mas minha casa não é uma galeria e uma poltrona que cumpre as funções de gaveteiro e cabideiro não é o que eu chamaria de 'obra de arte' - ou volta a ser uma poltrona, ou some da minha casa, sendo substituída por objetos que eu já tenho (nada de encher isso aqui com mais coisas, ainda que essas coisas sejam containers plásticos das Casas Fama para guardar outras coisas. chega).
É. Pop Art e Feng Shui são duas coisas incompatíveis mesmo.
Mas então, você viu este site? Não te dá uma vontade louca de arrumar o quarto também?
PS: Os comentários são sensacionais. "Sweet tapdancing Christ" é uma das melhores interjeições de espanto que já li.

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Falta de assunto?
A separação de Barbie e Ken é, inacreditavelmente, notícia da CNN.
O que o site não menciona é que a separação do casal mais doentiamente perfeito da América já havia sido, de certa forma, antecipada pelo escritor Neil Gaiman num dos episódios da saga de Morpheus, o mestre dos sonhos, também conhecido como Sandman, que este moço teve a bondade de me emprestar - acabando, assim, com uma falha de caráter que eu tinha e sempre soube que seria prudente corrigir mas não tive a oportunidade até então.
* * *
Continuando..
Aliás, leiam o excelente texto sobre a Maratona do Odeon de sexta-feira passada. Teve "Capturing The Friedmans", "Confidence" (que eu já tinha visto no Festival do Rio ano passado) e "School Of Rock", recentemente comentado aqui.
* * *
Mas então?
Então que o jornalista Carlos Graieb faz uma resenha competente até certo ponto: primeiro, peca em afirmar que "É difícil imaginar outro ator capaz de interpretar tão bem o herói de Escola de Rock, por um simples fato: Jack Black tem, há mais de dez anos, sua própria banda, a Tanacious D."
Nota do blog: é Tenacious D. E, gente, eu juro que não sabia dessa! :)
Voltando à crítica da crítica, o fato do ator ter uma banda não o torna apto para interpretar o personagem, uma vez que ter familiaridade com guitarras não impede a profusão de músculos faciais exageradamente movidos por Jack Black para compor, caricatamente, seu Dewey Finn.
Mas isso é o de menos.
Ele parecia enveredar por um bom caminho ao mencionar Billy, o personagem do ator-mirim Brian Falduto - o guri que queria ser o estilista da banda. Além desse moleque ser meu personagem favorito no filme (demorou pra fazerem um teste do Quizilla "que criancinha prodígio de School of Rock você é?"), aposto um braço (o direito, se eu estiver errada) como o laboratório para o personagem foi observar os trejeitos do Carson, de "Queer Eye For The Straight Guy". Mas, para um crítico de cinema, apontar Billy como "provavelmente, o mais jovem personagem gay do cinema" me soa um tanto desinformado, já que o próprio Billy lembra demais Ludovic, o personagem do francesinho Georges Du Fresne em Minha Vida Em Cor-de-rosa (Ma Vie En Rose, 1997), uma história singela, que me levou às lágrimas, sobre o menino que achava que era menina.
* * *
Vampará de falar de "Escola de Rock"? Teve gente que não viu!
Tá.
Então vamos fazer um jabá do show do Chibuku, banda alemã de Psychobilly, que toca no Garage (o lugar mais bem fornido de condução para outros cantos da cidade), neste domingo (geralmente um dia em que ninguém tem nada pra fazer mesmo), pela módica quantia de R$5,00 (ou seja, falta de grana não é desculpa).
Maiores informações aqui.

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Obrigada, Privatti!
Yakisoban é O herói!
Você sofre de excesso de tempo livre?
Tente isso aqui.
* * *
Escola de Rock
A premissa do filme é bem bacana, mas mal trabalhada. O filme até diverte (mas não dá pra sair do cinema achando foda! sensacional! rock! bom pra caralho!.. não dá mesmo). No entanto, esta continuação de "Alta Fidelidade" (sério, Jack Black faz o mesmo personagem roqueiro purista que tem banda e gosta de doutrinar os outros) poderia ser melhor se definisse seu público-alvo: é infanto-juvenil, pra curtir a história das criancinhas talentosas que dão uma lição no professor e provam para seus pais que podem fazer o que gostam, ou a geração 20-35 anos que conhece todas as referências citadas (e mais algumas que poderiam ter encaixado no filme mas ficaram de fora porque, claro, eles tinham que estragar uma boa idéia fazendo algo óbvio demais)?
Bom, existe um público bem específico, de 20 a 35 anos com mentalidade infanto-juvenil, que deve se amarrar no filme, sem se preocupar que Jack Black não convence com aquelas caretas todas, sem se preocupar que, pra um filme passado num universo onde as leis da física se aplicam, é tudo muito inverossímil, sem se preocupar que as referências musicais são todas óbvias e sem se preocupar que o filme presta um desserviço (é assim mesmo?) à nação rockeira, já que retrata o roqueiro velho como um retardado que se recusa a crescer (coisa que pessoas que curtem rock NÃO SÃO, certo?), e não serve nem pra incentivar crianças da vida real a ouvirem Blondie depois do filme (o que é uma pena), nem pra incentivar os adolescentes-de-30-anos a viverem vidas normais, de gente grande.
No entanto, "Escola de Rock" não é ruim (tem umas quatro piadas muito boas e mais uma dúzia de meio-sorriso, uma trilha de primeira e crianças talentosas que podiam estar no Raul Gil, mas deram a sorte de estar lá). Na verdade, já eram 4 da matina quando a sessão começou e eu dei umas cabeceadas mas não dormi. Tá valendo. Dá pra entreter. Mas se você sair do cinema dizendo "Foooodaaaaa!!", eu vou ficar preocupada.
* * *
Alguém aí é bom em análise de sonhos?
Sonhei que achava um compacto do Devo, da década de 60 (!!!), nas minhas coisas.
Com o encarte em português.

quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Programão!!
Este sábado, a partir das 17h, na pracinha do Lido, em Copacabana, haverá o grande pré-carnaval do Bola Preta, com Clóvis Bornay apresentando desfile de fantasias de luxo!
Bora todo mundo?
* * *
Às vezes eles voltam
Puxa, Bandai.. não precisava..

quarta-feira, fevereiro 04, 2004

À Diretoria Daquele Jornal de Grande Circulação
Para começar, não sou jornalista. Às vésperas de prestar vestibular, não cogitei esta opção por dois motivos: primeiro, não conhecia um jornalista dedicado que ganhasse bem ou estivesse decentemente empregado, exercendo a profissão, e ouvia - como ainda ouço - falar de vários casos que mais têm a ver com costas quentes do que com competência - como um caso recente, de fonte idônea, da editora de um certo caderno que comparece à redação duas vezes por semana e ganha em um mês o que eu demoraria quatro anos para ganhar - se não tivesse contas a pagar, é claro. Tendo contas, o prazo aumenta para 'nunca'. Porque não sou jornalista, então a possibilidade de exercer tal cargo se torna algo impossível. Aliás, mesmo que eu fosse, bem, não conheço ninguém no mundo real que tenha um emprego assim.
Meu segundo motivo foi a influência familiar. Leio desde os três anos de idade, me tornei fluente mais tarde, mas ainda antes dos meus colegas aprenderem a juntar letrinhas, autodidata porém sempre estimulada desde pequena com livros, revistas, jornais e uma família que sempre me incentivou a buscar informação e a produzir a minha própria, quando a que eu busco não me basta. Filha de mãe jornalista de formação, que nunca exerceu a profissão e hoje se dedica muito mais à pesquisa do que muitos repórteres, e de pai acadêmico, titulado, competente e querido pelos alunos, ambos me garantiram que a faculdade de jornalismo, tal como era à época de minha escolha, seria inútil - aprenderia coisas que já sei, aprenderia técnicas de redação que poderiam ser aprendidas por qualquer um com leitura constante e interessada, aprenderia processos gráficos e fotográficos que hoje já são obsoletos, em troca de um diploma que me daria 97% de chances de ralar loucamente sem reconhecimento algum e 3% de chances de me dar um emprego como o da referida editora.
Acabei optando por um diploma de pouquíssima utilidade, mas numa faculdade que me deu uma base sólida de pesquisa em arte e cultura, em administração e burocracias (voltadas para arte e cultura, mas que qualquer um com um mínimo de inteligência consegue adaptar para qualquer área) e o incentivo de tirar a bunda da cadeira e não apenas elaborar projetos e ler sobre teoria de cultura de massa, mas de meter a mão na massa e meter a mão nas massas. Aprendi sobre processos técnicos de produção de expressão artística, virei noites por conta de line-up de show, divulgação, produção de vídeo, exposições e tudo o mais, mas não posso, por exemplo, escrever em bom português num Jornal de Grande Circulação como o seu.
Então vamos ao problema, Senhor Diretor do Jornal de Grande Circulação. Redijo esta missiva - que não enviarei, mas guardarei, a título de registro - oferecendo meus préstimos para revisar a versão online de seu jornal - ou pelo menos os erros mais gritantes, como aquele "inóqua" na primeira página do caderno local, que me turvou a vista de tão agressivo - jornalistas, que são pessoas que trabalham com produção escrita, deveriam ter a obrigação de não agredir a língua-pátria e de tratá-la com o devido respeito, já que é ela que garante o sustento da classe.
Pensei em corrigir o erro aqui, mas achei que seria uma medida inócua de minha parte.
Tudo bem criar diferentes regras de produção de texto para diferentes mídias, tudo bem errar digitação, tudo bem errar porque há palavras estrangeiras parecidas, tudo isso perdoa-se. Até ignorância dá pra perdoar, se você não tem condições de ter uma educação decente.
Isso tudo foi para dizer que este "inóqua" fez minh'alma se retorcer de dor.
Eu só peço respeito. Se não à Língua Portuguesa, aos meus amigos jornalistas, que honram a classe. Ou a quem escreve direito mas não tem nenhum peixe dentro do Jornal de Grande Circulação, para entrar aí e chibatar doze vezes cada um que cometer um acinte destes.
Pela atenção, grata.
(Post Scriptum: guardei um print screen do crime)

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Filmes do Fim de Semana
Não posso dizer que vi "Irmão Sol, Irmã Lua" inteiro, mas não posso mais dizer que nunca vi o filme, de uma pureza quase hippie - ou seriam alguns hippies de uma pureza quase franciscana?
O filme de Franco Zeffirelli, para quem não sabe, relata como São Francisco de Assis encontrou Deus e descobriu a satisfação nas coisas simples da vida, no desapego e na solidariedade ao próximo, causando a ira da igreja católica da época, que - dizem - prezava mais a riqueza e opulência do que a fé. E "Irmão Sol, Irmã Lua" é lindo - no entanto, não é atemporal como outros filmes passados em épocas remotas: câmera, planos, direção de atores e principalmente as canções folk o situam no começo dos anos 70, dando a impressão de que o diretor queria, de fato, comparar as idéias de São Francisco com a ideologia flower-power da época (aliás, Donovan, o responsável pela trilha sonora folk e considerado "a resposta inglesa a Bob Dylan - não tenho nada com isso, achei no google! - chegou a morar com a mulher e o filho numa comunidade alternativa, como informa este site).
Não importa, é bonito demais. E ver Obi Wan Kenobi como Papa Inocêncio III, reconhecer músicas que fizeram parte da minha infância e descobrir, via Imdb, que Clara é a Princesa Andromeda de Fúria de Titãs não tem preço.
(aliás, descobrir que "Fúria de Titãs" tem Maggie Smith, Ursula Andress e Laurence Olivier me faz querer revê-lo, agora reconhecendo os rostos)
* * *
Como ninguém é perfeito e não se pode viver unicamente de diretor italiano, sábado foi dia de "Minority Report" e domingo foi dia de "O Último Samurai", dando início à..
Maratona Tom Cruise
Tom Cruise era o maioral quando eu tinha uns 12 ou 13 anos - e o galã dizia na Capricho que era disléxico e tinha vergonha de seu nariz torto, e a gente não dava a mínima pra isso.
Pois bem, o Brad Pitt continua gato, o Mike Patton continua foda, e eu não vejo mais a mínima graça no Tom Cruise. Porque tem uns caras que melhoram com o tempo, né? Podem passar trinta anos para o George Clooney que ele continua charmosão, mas o Tom Cruise.. ele está esquisito. Tortinho, sabe? E não é por causa de "Vanilla Sky", ele realmente é sem-jeitinho. Mas sabe como é, pré-adolescente e noção não são duas coisas lá muito compatíveis.
Então que ele não me convenceu como o fodão do bairro peixoto em "Minority Report". Tá, ele não é lá tão foda, ele tem um trauma que tenta esquecer usando drogas ilícitas, ele é meio burrinho e confia demais no sujeito de quem todo mundo desconfia logo no começo, e ele engole a desculpa esfarrapada da mulher dele na hora da separação (aliás, a outra desculpa é mais esfarrapada ainda!), mas luta contra vários policiais spielberguianamente armados e sai vivinho da silva. Aquele cara daquele tamanho. Pegou mal.
Aliás, "Minority Report" tem mão de Spielberg, cheiro de Kubrick, jeito de "Seven", referências a "Blade Runner" e "O 5o Elemento" e uma ponta de luxo da Cameron Diaz aparecendo por meio segundo, fazendo figuração no metrô, uma espécie de piada interna sem sentido algum. Fica tudo meio confuso, mas tudo bem, tudo bem, a proposta do filme é entreter, certo? Se eu quisesse raciocinar sobre "Minority Report", pegava a história do Phillip K. Dick pra ler.
* * *
Aliás, ele também não me convenceu como samurai em "O Último Samurai". O filme é bom, mas ficaria melhor com menos meia hora de enrolação, e se o segredo dos samurais fosse "mente livre de preocupações", bicho, Timão e Pumba seriam os novos reis da savana, com sua filosofia "Hakuna Matata". Aliás, Dustin Hoffman em "Rain Man" também era livre de preocupações, podendo levantar duas katanas e cortar metade do nariz do Tom Cruise, já prevendo que ele tentaria nos enganar com o plot de um americaninho arrogante e beberrão que vira o fodão de Kyoto depois de três meses de treinamento, se igualando a honrados samurais que treinaram a vida inteira para isso. Mas tá bom, o filme é legal, menos um pouquinho aqui ou ali, cortem o romance, os discursos piegas (a última cena em que o imperador aparece poderia ser muda, como uma homenagem ao teatro nô, que tal?) e, por favor, omitam toda a tensão entre o tradicional e o novo - isso já foi usado em Kundun, do Scorcese, só que com tibetanos e chineses, lembram?
Bom, eu sou uma velha reclamona, mas tenho coração. O filme é bonito pacas, a tal tensão entre o tradicional e o moderno é triste de se ver - é revoltante saber como eles foram ocidentalizados e perderam várias tradições maravilhosas - e as lutas são do cacete. Não dêem ouvidos às minhas críticas amadoras, vão ver.
* * *
Já me acostumei com a tua voz
Nunca vi graça em Legião Urbana - não necessariamente pelas músicas, algumas até condizentes com os panquerroques que tanto me aprazem, mas pela superexposição na Rádio Fluminense FM, nos churrascos da turma na escola, nas letras nas agendas e murais de cortiça das minhas amigas, nas melodias embutidas em todos os violões da cidade - e me orgulho de, num acervo de trocentos cds, mais outros tantos vinis e uma caralhada de fitas-cassete, ter apenas duas músicas do Legião gravadas por uma amiga minha no espaço livre de uma fita que ela havia gravado a meu pedido - tudo bem, a Lu era tão, mas tão fã de Legião que quando eu lembro da banda, lembro dela imediatamente, e é uma associação bem positiva. Pensando nela, até consigo pensar em Legião Urbana com algum carinho.
Mas não foi pensando nela que cantarolei mentalmente "Sete Cidades" várias vezes agora à noite. "Sete Cidades" (que eu não lembrava que tinha esse nome) simplesmente brotou aqui e se recusa a sair, martelando "incessesavelmente" (sic) meu "célebro" agora à noite.
* * *
Depois desse post, não preciso escrever mais nada por uma semana.. haja caracteres digitados!! Haja paciência! Eita..
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