Dependendo do seu grau de intimidade com este grande repositório de informações e abobrinhas que é a internet, é possível que você já tenha visto o infame vídeo 'Hamster on a piano (eating popcorn)', de um sujeito chamado Parry Gripp.
Gripp deve ser um dos mais prolíficos compositores da atualidade: o cara consegue fazer música sobre tudo. TU-DO. Como inspiração, vídeos que circulam pela internet. Claro. Entre seus hits, 'Chimpanze riding a segway', 'We're Gonna Beat Your Sports Team', 'Monetize Your Pets' juntam-se a quase uma centena de... tá bom, fazer música TOSCA ASSIM é fácil, você vai dizer, e desse jeito qualquer um faz música sobre o que lhe vier a telha. "Assim, até eu". Você só não pode esquecer que Parry Grip era do NERF HERDER, a autoproclamada banda mais nerd do mundo (sim. mais do que o Weezer. Porque no Nerf Herder eram TODOS assumidamente nerds):
* * *
Em nota quase relacionada, já que é um vídeo inspirado em outro que andou circulando por aí, eis a melhor paródia da tal da banda mais repetitivahippie bonita da cidade:
A dança está MESMO no sangue deste povo, não? É impressionante. Existem coreografias e figurinos no mundo, mas os indianos sempre se superam. BREAK DANCE!
Tem um pdfzinho explicativo aqui. Legal pra imprimir e colocar na sala da diretoria, quando eu for diretoria.
* * * Fãs
Está rolando o OiCabeça, parceria da UFRJ com o Oi Futuro. Na palestra de ontem, sobre a cultura de fãs, Mauricio Mota diz o que a gente já sabia: que o fã deveria ser considerado um importante stakeholder na indústria do entretenimento (e, convenhamos, processar fã porque ele remixou uma música ou escreveu uma história com seus personagens é um erro. um erro).
Nancy Baym lembra que, desde sempre, audiência é social e que, mais do que consumir o produto e ser apaixonado por aquilo, o fã socializa com outros fãs. Faz parte dessa cultura. É o mesmo princípio que fazia você colar no cara com a camisa da banda que você curtia naquela era pré internet.
Curti, vida longa ao evento, mas cheguei naquele ponto em que boa parte das palestras bacanas que vejo sobre esse tema (mais especificamente, como as tecnologias estão mudando a maneira como as pessoas se relacionam com a indústria do entretenimento) não me apresentam mais novidades, o que é, provavelmente, um sinal de que daqui a pouco está na hora de EU passar tanto conhecimento e informação acumulada adiante. Na boa? Gasto muito dinheiro em livros e muito tempo em pesquisa, tá na hora de começar a fazer uso prático disso.
Prevejo powerpoints divertidos em breve. Até porque a verdade é que vejo estudantes, acadêmicos e criativos, em geral, nesses eventos - mas o CEO ou o diretor de marketing ou comunicação, que são as pessoas que DEVERIAM entender esse tipo de mudança de relação entre pessoas e produtos (especialmente os culturais) e investir em estratégias que tirem o melhor dessas novas relações, ao invés de tentar combater, parecem ignorar. Não são todos, claro. Alguns já estão adaptados. Mas quando vejo o pessoal da velha guarda resistindo a mudanças (e a reforma da lei de direito autoral, veja você, não é e nunca foi uma proposta de acabar com o direito autoral, mas de acompanhar a mudança e obrigar empresas e criadores a adotar novos modelos de negócios), dá uma tristeeeeeza, uma vontade de dar aula pra eles...
* * * Jumping the shark
Eduardo Escorel é um cara bom. Faz bons filmes. Tem fama de ser um gentleman. Mas sua última coluna no site da Piauí pulou o tubarão TOTAL. VOU NEM LINKAR.
* * * Nostalgia é tendência
Nostalgia é tendência para os consumidores da geração X (34 a 36 anos), diz o observatório de tendências da JWT. A JWT!!!!!!! Pra mim, isso quer dizer duas coisas: uma que eu sou um GÊNIO DO MARKETING com a campanha que criei pro trabalho da pós que tenho que entregar na segunda, e outra que tou velha, já que MAIS UM ANO e farei parte dessa geração.
* * * Arte em melancias
A vida não é só internet, mídias digitais e empreendedorismo. A vida também é feita de frutas e de esculturas. Isso aqui é uma das coisas mais geniais que já vi nos últimos tempos, em termos de arte.
"Se eu sei fazer igual ou melhor, não é arte", já dizia meu pai. Eu jamais conseguiria fazer um negócio desses, logo... é arte sim. E das boas.
É gripe que não chega nem vai embora, é descanso depois de um sábado em função de estúdio e show, é esse tempinho que, apesar do sol incrível da manhã, troveja que está uma delícia pra passar a tarde debaixo das cobertas, arrulhando com maridão e vendo vídeos na internet.
Conheço o Alexandre Inagaki desde os longínquos anos 90, na época da internet-arte, internet-moleque, internet-de-várzea. Se não me engano - mas posso estar enganada, pois as memórias daquela época já se turvam em minha mente - muito antes das festinhas que tocam Paquitas, existia a tal da lista Infancia-80, um grupo de discussão na internet formado por gente que nunca se viu na vida, mas que celebrava as manifestações de cultura pop, às vezes deveras estranhas (ou você não acha que o Fofão parece BAGOS?) às quais éramos entubados na época. Também é possível que Inagaki nunca tenha participado da tal lista, porque a essas alturas a memória me falha SIM, mas lembrar que o Fofão parece BAGOS nunca é demais.
Você NUNCA MAIS vai conseguir pensar no Fofão sem lembrar disso
De qualquer forma, esse papo todo é pra mostrar pra vocês o seguinte: você já assistiu a algum desses premakes de filmes na internet?
Funciona mais ou menos assim: alguém com tanta genialidade quanto tempo livre 'remonta' um filme com cenas de filmes antigos. O resultado é como se 'Caçadores da arca perdida' tivesse realmente sido feito nos anos 50. Ou, sei lá, os Caça Fantasmas:
Na mesma linha, mas com produção 100% original, fica também a dica da campanha 'Smooth Originals' da Stella Artois, que traz os 'originais' descobertos de '8 mile' (em uma SENSACIONAL cena de 'batalha de rimas', haha!), 'Duro de matar' e da série '24 horas' - a verdade é que é tudo filme BELGA DOS ANOS 60. Sério, sério, veja isso:
Tem mais lá: http://www.smoothoriginals.com/main.php - essa campanha no mínimo EXCELENTE foi mais ou menos na época em que a marca começou a patrocinar festivais de cinema, aliás...
...eu jamais abandonaria vocês, meus seis leitores. Mas trabalho + DOIS trabalhos da pós + fim de semana (que? A pessoa tem direito a descanso e ensaio de banda também) me deixaram fora de combate aqui no blog.
* * *
Nesse meio tempo, Lounge viu 'Thor', o filme. Aguardem que vem post por aí.