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quarta-feira, fevereiro 25, 2009

A Índia que a novela das oito não mostra

Então você ainda não viu Cidade de Deus Slumdog Millionaire e não faz a menor idéia de como raios um filme dirigido por Danny 'Trainspotting' Boyle cheio de indianos, favelados, mafiosos, gangstas e com direito a número de dança à la Bollywood pode ganhar OITO carecas na cerimônia do Oscar, entre eles o de melhor bloody filme.

Meu conselho? Veja. Ainda que você não dê a mínima para o Oscar, se você ama cinema, veja.

É um típico Danny Boyle, com uma grande diferença: Slumdog Millionaire (não dá, não consigo chamar pela tradução horrorosa, que no mínimo deveria ser 'Show do Milhão') não tem o menor pudor em ser um romancezinho água com açúcar e (ops, ops!) final feliz (ora, vamos, agradou a academia, você SABIA que sairia do cinema sorrindo, não?), apesar da edição enlouquecida, das paisagens miseráveis, de algumas cenas bem violentas e da não-linearidade da história (a última vez que vi isso ser bem-feito, foi em 'Pulp Fiction'!).



(obviamente, M.I.A. é o ponto fora da curva da trilha sonora recheada de músicas indianas true)

* * *

Com Slumdog Millionaire ganhando oscar e com a infame novela das oito, quem sabe assim seja fácil achar uns cursinhos de Bollywood Dance por aqui...

* * *

Relembre a dancinha do filme 'Gumnaam', utilizada na sequência de abertura de 'Ghost World': um samba do indiano doido, gatinhas se acabando no twist, naipe de metais à la 'tema do besouro verde' e Mohammed Rafi cantando 'Jan Pehechan Ho'. Se isso não é um clássico, sei lá o que mais é:



Isso a novela das oito não mostra. Aliás, nem Danny Boyle. E é uma Índia tchap-tchura bragarai. :)

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Hein??

Pride and Predator é uma adaptação de Jane Austen... com ALIENS. E produzida por Elton John, que também assina a supervisão musical. Esse filme tem potencial para ser o mais esquisito de 2010. Li no BuzzSugar, que leu na Variety.

Promete.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Palhaçada

Uma foto diz mais do que mil palavras:

Ha!

O Niki disse que quando reformou o escritório descobriu o cadastro de todos os palhaços de SP.

Então tá, né?

Feliz aniversário, faço 31 amanhã - e aviso, amigos: inferno astral é lenda. LEN-DA.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Lovelace

LovelaceSquating

'Lovelace' é uma ópera-rock sobre a Linda, não a Ada Byron. Mas, pelo cartaz, acho que tu nem pensou em uma das primeiras female-geeks da história, e sim na estrela de 'Garganta Profunda'. Tou certa?

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A Linda Lovelace eu SEI que você conhece, mas imagino que você não saiba que Ada Byron Lovelace, filha de Lord Byron, começou a estudar matemática aos 17 anos e, em 1845 (mil oitocentos e quarenta e cinco!!), escreveu um artigo sobre a possível criação de uma máquina que possibilitasse a composição musical, produção de gráficos e que servisse tanto pra trabalho como para o uso pessoal. Não por acaso, mais de cem anos depois, em 1979, Ada teve uma linguagem de programação batizada em sua homenagem.

(pois eu tenho um laboratório acadêmico com meu nome! É sério!)

* * *
A ópera-rock da Linda Lovelace tem MySpace. Porque cada geração tem o 'Tommy' que merece.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

The Wrestler: acredite no hype

'The Wrestler' poderia ser apenas mais um 'filme de menino', com porradaria rolando solta, as maiores grosserias já vistas na tela e uma trilha sonora com o melhor do hard rock (era inevitável bancar a headbanger no cinema), além de um dos melhores diálogos em homenagem a uma das épocas mais divertidas do rock'n'roll.

Mas 'The Wrestler' é um filmaço pra meninas, inclusive. Para meninas gente boa, verdade, aquelas que bebem cerveja no gargalo e não têm maiores frescuras, mas que não dispensam a maquiagem, unhas e cabelos bem pintados (tinha rapaz explicando o filme pra namorada no cinema, que absurdo. Não entendo por que homem se amarra em mulher burra, não entendo!). Porque porradaria de wrestling, vocês sabem, é ensaiada e de comum acordo entre os luchadores. Chega a ser cômico ver Randy 'The Ram' Robinson começando as lutas com tapinhas no rosto e terminando em cima de arame farpado, caindo de escada e todo furado com grampeador industrial. Só delicadeza! Mas te prepara, e prepara o carregamento de lencinhos...


Bruce Springsteen na trilha sonora é golpe baixo!

...porque existe todo um dramalhão na história do lutador veterano e já meio decadente que, às vésperas de reacender sua carreira com o remake do clássico de 20 anos atrás, descobre que mais uma luta pode acabar com sua vida. E que ele está só.

Só.

Cara, isso é muito triste. Randy não sabe fazer nada além de lutar e nem tem moral para pedir ajuda para a filha, que ele mesmo abandonou anos antes. Mas ele tenta, e ninguém melhor do que um Mickey Rourke também já meio decadente e completamente desfigurado de botox e plásticas malfeitas para conferir credibilidade ao rosto cansado de levar porrada de seu personagem. O tom de Randy é perfeito, um sujeito tão vaidoso quanto bronco, um poço de testosterona até na jogadinha de cabelo. Não é à toa que o marketing em torno do filme gira sobre o mote da 'ressurreição' de Mickey Rourke, não menos do que perfeito e convincente na pele do 'Cordeiro'. Acredite no hype em torno de 'The Wrestler', ele se justifica.

E a Marisa Tomei está em excelente forma.

tomei
Num é?

Mas veja pelo Mickey Rourke, antes que sua carreira entre em franca descendência de novo. Veja pela indústria do wrestling, aqui certamente mais realista do que nos filmes de lucha libre mexicanos dos anos 60 (que, se você frequenta meu blog, você gosta que eu sei). Veja pela trilha sonora, uma das melhores dos últimos tempos. Veja logo, antes que lancem 'Milk' e 'Coraline' legendado.

* * *

rourke
Tô bonito?

sábado, fevereiro 14, 2009

Evasão de privacidade

A Wired deste mês está com uma matéria tão fascinante quanto assustadora, sobre o uso de GPS em aplicativos móveis. Munido de um celular, Mathew Honan saiu pelas ruas de sua cidade tentando extrair o máximo do GPS. Logo de cara, descobriu pra que serve o Who's Here, que mapeia todas as pessoas usando o mesmo aplicativo nas redondezas: "oi, você está por perto, vamos trepar". Tecnologia serve pra facilitar a vida da gente, não é mesmo?

Obviamente não satisfeito (meu, um serviço de GPS deve servir pra muito mais que isso), Mathew foi descobrindo todas as possibilidades do GPS no aparelho: é possível, hoje em dia, 'geo-tagear' suas fotos, indicando sua localização quando você fotografa e sobe para um site como o Flickr, por exemplo. Que coisa. Com isso, você pode descobrir novos restaurantes e lugares interessantes, simplesmente acessando seu celular. O lado ruim é que às vezes você não precisa fazer nada para que saibam exatamente onde você está.

A questão da privacidade na internet é nebulosa: sim, há uma EVASÃO de privacidade, mas você só dá os dados que quer, certo? Ninguém precisa saber seu endereço no Orkut...

...Não. Seu endereço de trabalho está no seu lattes. A foto 'geo-tageada' indica sua localização, os serviços integrados enviam updates mesmo que você não peça (seus amigos no Facebook realmente precisam saber o que você vai fazer AGORA?), todo mundo pode juntar as peças (produção intelectual aqui, alguém que tirou uma foto em que você aparece ali, e isso quando os próprios serviços não convergem - ou alguém esqueceu que a conta do Flickr e a do Yahoo são as mesmas, e que se o Google tem seu endereço para pagar o AdSense, o Blogger também pode ter?) e voilà: privacidade foi embora. A internet (e, vá lá, esses aparelhinhos de celular com câmera, wi-fi e GPS) virou, definitivamente, um grande dispositivo de vigilância e controle onde você tem o controle apenas parcial das informações que quer disponibilizar. Tão fascinante quanto assustador.

Mas vamos lá, sempre é possível usar esses aparelhinhos para o bem, e deixar rastros online de sua vida não quer dizer que todos terão interesse nela, não é mesmo?

Obviamente, isso não se aplica a web-celebrities, cercadas de stalkers insanos por todos os lados. Ainda bem que eu larguei minha vida de musa online no auge. Imagina só...

Big brother is watching you. O futuro é hoje, é agora, e é muito esquisito saber que o celular, aquele telefone móvel que eu sempre desejei pra tranquilizar minha mãe avisando que eu tou a caminho e vou me atrasar pro almoço, virou um dispositivo de vigilância e controle completo, e o que é pior: EU é que dou os dados pra quem quiser me controlar. Socorro. Mas as possibilidades são tão interessantes que ainda não penso em largar tudo e viver de artesanato.

Sim, tenho andado meio paranóica com o rumo que o mundo vem tomando e acho que todo mundo precisa ter um plano B offline.

Tu não acha?

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

R.I.P. Lux Interior (ou "da arte de engolir microfones")

Já era tarde quando o amigo recebeu um torpedo sms que o fez parar na rua e soltar um sonoro palavrão. "Quem morreu?" "Lux Interior".

É o assunto do dia entre as pessoas de bem.

* * *

Bruno: ficamos sem engolidores de microfone
Lia: 62 anos
nem fala
o último grande engolidor de microfones foi G.G. Allin

(pausa)

Lia: só que G G Allin engolia microfones pelo cu, né?
Bruno: mero detalhe.

* * *

Tio Lux, descanse finalmente. E muito obrigada pelas suas músicas, viu?



Amanhã eu venho trabalhar de oncinha em homenagem.

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Freaks and Geeks (ou "eu e meus amigos e uns amigos deles")

Aos 17 anos, eu ainda não sabia se era a nerd meio lerdinha, que em vez de jogar handebol participava das olimpíadas da escola jogando xadrez, que participava de torneios de matemática e era muito zoada pelas próprias amigas por ainda me relacionar com o pessoal UBER GEEK (numa época em que nem 'nerd' nem 'geek' eram termos muito populares), ou se era a descoladinha de all-star rabiscado, mochila rabiscada, camisa xadrez, cabelo pintado de verde e, oh, yeah, sujeita a fofocas do tipo "ah, eu soube que você foi pra França pra seu filho lá". Peraí. Que filho? No entanto, passei em 2º lugar para a faculdade. De Belas Artes, verdade, mas pra faculdade.

(sobem os créditos)

Freaks_and_Geeks



Bad Reputation - Joan Jett
More at MP3-Codes.com



Amigo sabe das coisas. "Lia, você tem que ver 'Freaks & Geeks'". Não botei muita fé, nunca fui de acompanhar séries e muito menos cultuar as já finadas - mas o rapaz, leitor antigo, tem crédito de sobra na praça. Vamos lá. E fora o fato de meio mundo achar a Linda Cardellini a minha cara (o nariz arrebitado, o rodamoinho no meio da testa? Vai saber!), tirando toda a questão familiar (ora, não existe família mais cool que a minha!!), me identifiquei com a Lindsay a ponto de me apegar a uma finada série de tv aos 30 anos de idade. Não tem gente que bate no peito com orgulho e diz "Eu sou idêntica a Miranda, de Sex & The City"? Pois eu bato no peito com um certo constrangimento e digo "A Lindsay, cara, era eu".

O amigo tá com crédito até as próximas três encarnações.

Então toda vez que Joan Jett começa a cantar 'Bad Reputation', dá um arrepiozinho de "ok, desliguem os telefones, estou entrando numa máquina do tempo para rever mais um pedaço da minha adolescência (que, ainda bem, passa) e já volto".

freaks_and_geeks_dvd

Meus amigos grunges, minha amiga uber geek que hoje faz teatro, meu irmão mais novo, que eu amo amo amo de paixão, mas não perdia uma oportunidade de sacanear o menino...



Mesmo as cenas das traumáticas partidas de dodgeball, que na série são mostradas como esporte de menino... deus, me lembro como se fosse hoje daquelas infames partidas de queimado!



Claro, eu não sou especial: todo mundo que já foi adolescente, minto, todo mundo QUE IMPORTA que já foi adolescente já passou por aquilo tudo: a olimpíada de matemática, o porradobol, o constrangimento no vestiário, os amigos maconheiros, a banda que durou três ensaios, a possibilidade aparentemente real de nunca fazer sexo na vida (porque as garotas não te olham, porque os caras são todos uns bundões e você espera pelo 'cara certo'), o amigo esquisitão jogador de RPG, a sensação de não se encaixar em nenhuma turma.

* * *

Podia ser apenas mais uma série de tv que não passou da primeira temporada, mas... os motivos que fizeram com que Freaks & Geeks não tivesse passado da primeira temporada é que a fazem especial. Fala-se abertamente de drogas, sexo, álcool e as melhores bandas do universo (gente, que trilha sonora é aquela??), as famílias todas têm um grau de disfuncionalidade (obviamente as famílias mais normais e mais caretas são as mais estranhas), os geeks levam porrada, as tiradas ultrapassam o limite da acidez, tem personagem deficiente mental sendo sacaneado, tem aspirante a comediante judeu... era tão bom e tão real que, num mundo onde turmas de adolescentes ricaços de Beverly Hills fazem o maior sucesso durante décadas, com direito a spin off e reedição, não podia mesmo dar certo.

* * *

Todo mundo ali cresceu e virou cool pra caramba: Linda Cardellini virou a Velma (musa geek, ou não?), James Franco virou Duende Verde, Jason Segel e Seth Rogen continuaram trabalhando com Judd Apatow (Seth Rogen e James Franco estão com ele até hoje, aliás) e teve uma galera em Superbad, o que leva a crer seriamente que 'Freaks and Geeks' foi uma escola e tanto para elenco e produção - só gente boa dando voz aos... aos... a nós... aos... bem, tu entendeu.

* * *

A cada episódio que passa, me dá uma dorzinha no coração de chegar mais perto do final. Porque, apesar de nunca ter visto 'Lost', não ter acompanhado 'Friends' e de ter passado bons trinta anos da minha vida tentando me encaixar em alguma turma, finalmente achei uma série onde todo mundo me entende.
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