A primeira década do século XXI se aproxima do fim. Difícil uma banda de rock não reciclar algo que já foi feito antes. E mesmo quando se trata de algo novo, quase original, falta consistência, tesão, atitude - no sentido de "ei, isso é rock'n'roll. Como assim vocês não se divertiram fazendo esse disco?"
Precisou que uns tiozões tivessem a coragem de fazer o disco que nenhuma das bandas cujos integrantes têm, de idade, pelo menos dez anos a menos do que eles têm de carreira. Mas é oficial: o Disco de Rock desta década acaba de vazar na internet e se chama 'Sonic Boom'.
Sim, eu adoro o Kiss. Não, eles não são minha banda favorita. Minha comoção é mesmo por 'Sonic Boom' ser O Disco de Rock Perfeito, redondinho, canalha, safado e picareta, como todo bom disco de rock deveria ser.
Não que 'Sonic Boom' comece fraco. 'Modern Day Delilah' é um hard rock sarapa, típico de uma banda com quase 40 anos de estrada. Boa música, mas não emociona, você pensa 'ahn, ok, os caras estão velhos. Dá um desconto'. 'Russian Roulette' dá uma sensação parecida, mas você percebe que aí tem. A coisa começa a esquentar. Então entra 'Never Enough'.
(alguém aí me avisa se tirarem o áudio desse vídeo? grata!)
Bicho, FODEU A MARIOLA. 'Never Enough' é, definitivamente, um hit. É a nova 'Plaster Caster'. Que riffs! Que refrão! Que conjunto da obra! Sim, parece algo que você já ouviu anteriormente: é bom que se lembre, 'Sonic Boom' é um disco do Kiss, e OBVIAMENTE soa como Kiss. Sabiamente, a nova turma de Gene e Paul não tem a menor intenção de reinventar a roda ou fazer algo novo. Subverter? Fazer um disco sem guitarras? Experimentar? Inovar? Pra quê? Esses caras reinam absolutos no que fazem, caramba! Nesse disco, o Kiss faz o que sabe fazer melhor: músicas como 'Yes I know (nobody's perfect)':
Bateria. Riff de guitarra. O riff te cativa, a base entra, o baixo te pega de jeito e Gene te manda tirar a roupa porque ninguém é perfeito mesmo. MEU DEUS. Quando foi a última vez que isso aconteceu num disco de rock? Cadê a safadeza crua e direta? O que eu tou vendo é um bando de moleque cheio de vergonha na cara, parece que estão devendo algo a alguém. Todo mundo muito bem comportado. Aí vem o Kiss e faz isso, sem um pingo de vergonha na cara. E emenda com 'Stand'.
(ME ABANA!!!!!! tou passando mal de emoção!!)
Ok, mais um hit. Não. 'Stand' é *O* hit. Uma linda mensagem de amor e amizade (estarei sempre do seu lado, você sempre terá um amigo), um dueto Gene Simmons e Paul Stanley, um refrão singalong com gritinhos ("when you NEED me!"), mudanças na melodia no meio da música para preparar para os 3min da música.
Chegou nos 3:00?
Sim.
Eles fizeram isso. Eles tiveram a audácia de fazer isso. O dedilhadinho. As três vozes pianinho. A volta à la 'God Gave rock'n'roll to you', a narração frenética de Gene. Can you feel it? Fiquei arrepiada aqui, nunca vi ninguém com menos de 40 anos fazer um negócio desses. O disco podia até terminar, depois dessa - mas não! Não! Mais uma rodada de hits pra galëre!!
Depois de 'Stand', 'Hot and Cold' parece até ser menos genial...
...mas não!! Não! Ela é um rock'n'roll básico e sem firulas que te prepara para o PETARDO seguinte! E eu duvido que você não fique com o refrão de 'All for the glory' por dias na cabeça:
E eu aqui pensando 'Chega, Gene Simmons! Tá bom, Paul Stanley! Já podem tirar de dentro!!!!!!!', mas nããããããoooooo!!! 'Danger us' ESTUPRA na sequência, é seguida por 'I'm an animal' (e você lá, meio sem acreditar que eles realmente estão fazendo isso, é muita coragem! Muita audácia) e então vem 'When Lightning Strikes' com seu cowbell VIOLENTO durante os primeiros 50 segundos da música:
COWBELL VIOLENTO, MINHA GENTE!!!
Então DEPOIS de 'Say yeah' você descansa, pede uma água, acende um cigarro (pra quem é de cigarro) e reflete sobre o que acabou de acontecer. Coloca novamente o disco pra rodar (eu sou velha, po. Na minha época, disco ainda rodava) e se arrepia novamente com a prova de que o Kiss ainda reina absoluto - numa época em que álbuns são lançados, você ouve quatro ou cinco músicas compulsivamente e ignora as outras, é inacreditável e inadmissível que ninguém tenha feito um disco tão cheio de HITS PERFEITOS do início ao fim - e daí que é picaretagem pura? E daí que 'Sonic Boom' tem todos os grandes clichês do rock'n'roll? Isso só faz ser mais perfeito, mais redondo, mais representativo do gênero. E lá vou eu pra mais uma rodada de 'Sonic Boom'. O melhor disco de rock da década.
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segunda-feira, setembro 28, 2009
Aos 45min do 2º tempo, saiu o melhor disco de rock da década
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terça-feira, setembro 15, 2009
I love coffee, I love tea...
A cafeína é um poderoso estimulante, a produtividade aumenta, as horas acordado também, mas a longo prazo se entupir de café pode ser altamente nocivo à saúde. Afinal, todos precisamos repor as energias, sono de qualidade e umas canecas de chá de camomila no final do dia, pra relaxar depois das doses cavalares de chá verde durante o expediente.
A galera do SpringWise já sacou isso e dedicou dois posts recentes aos drinks capazes de fazer a mais elétrica das criaturas dormir como um anjinho. E nem é papo para vaca dormir: a Slow Cow (cuja vaquinha dá uma provocada de leve no RedBull), por exemplo, tem L-Teanina, um aminoácido encontrado - pasmem! - no chá verde. A alegria e felicidade do ser humano é completa com os já conhecidos camomila, maracujá, valeriana, tília, lúpulus (que pertence à família das canabináceas, veja você!) e uns suplementinhos aí. A ideia da vaca lenta é relaxar sem dar sono, à base de fitoterápicos bem poderosos. Issaí. Sem receita.
É o mesmo princípio da Mary Jane's, uma soda não apenas relaxante, mas antidepressiva: seu componente ativo é a kava-kava. E a kava-kava é, sem exagero, uma espécie de prozac tarja-branca. Mais uma dose de açúcar mascavo e maracujá e voilà - seus problemas de ansiedade acabaram.
Valeu, SpringWise.
E, galera, slow down.
* * *
Claro, façam o que eu digo, não o que eu faço. Eu passo o dia tomando umas canecas de chá e café e fico assim:
E olha que as Puppini Sisters ainda fizeram uma versão tão bonitinha de 'Java Jive', provavelmente pra tentar glamourizar o vício...
...mas o lance é o CORNHOLIO mesmo. E ainda estão dizendo que, se você exagera na dose, pode ver e ouvir coisas.
Agora tudo se explica...
A galera do SpringWise já sacou isso e dedicou dois posts recentes aos drinks capazes de fazer a mais elétrica das criaturas dormir como um anjinho. E nem é papo para vaca dormir: a Slow Cow (cuja vaquinha dá uma provocada de leve no RedBull), por exemplo, tem L-Teanina, um aminoácido encontrado - pasmem! - no chá verde. A alegria e felicidade do ser humano é completa com os já conhecidos camomila, maracujá, valeriana, tília, lúpulus (que pertence à família das canabináceas, veja você!) e uns suplementinhos aí. A ideia da vaca lenta é relaxar sem dar sono, à base de fitoterápicos bem poderosos. Issaí. Sem receita.
É o mesmo princípio da Mary Jane's, uma soda não apenas relaxante, mas antidepressiva: seu componente ativo é a kava-kava. E a kava-kava é, sem exagero, uma espécie de prozac tarja-branca. Mais uma dose de açúcar mascavo e maracujá e voilà - seus problemas de ansiedade acabaram.
Valeu, SpringWise.
E, galera, slow down.
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Claro, façam o que eu digo, não o que eu faço. Eu passo o dia tomando umas canecas de chá e café e fico assim:
E olha que as Puppini Sisters ainda fizeram uma versão tão bonitinha de 'Java Jive', provavelmente pra tentar glamourizar o vício...
...mas o lance é o CORNHOLIO mesmo. E ainda estão dizendo que, se você exagera na dose, pode ver e ouvir coisas.
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domingo, setembro 06, 2009
Num mundo ideal...
...seria possível conviver com esse tipo de gente:
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sexta-feira, setembro 04, 2009
E se High School Musical tivesse roteiro de Larry Clark?
O resultado seria 'O Despertar da Primavera', que está em cartaz no Teatro Villa Lobos, aqui no Rio de Janeiro.
Uma pena que, pelos assuntos cabulosíssimos abordados na peça, 'O Despertar da Primavera' não seja indicado para a mesma faixa etária do público-alvo de 'High School Musical'. O pessoal que curte ver aquelas meninas quicando precisa, um dia, ter contato com o texto de Frank Wedekind (nessa adaptação, uma espécie de High School Musical, aliás, já que retrata um grupo de adolescentes já na época dos exames finais, entre canções e coreografias). Mas se passa na Alemanha, em 1891 - quando a peça foi escrita. E trata de uns assuntos que até eu fiquei meio tensa.
Sim, adolescentes são cheios de hormônios em qualquer época ou local. Mas os alemães do século retrasado precisavam lidar com pais muito mais repressores do que os de hoje em dia. Melchior, o protagonista, lê Goethe e se assume ateu numa sociedade bem religiosa (provavelmente luterana, não fica claro), mas, fora isso, e aí reside a diferença entre 'O Despertar da Primavera' e o musical de adolescentes dos anos 2000, os alemães do século retrasado são retratados fazendo tudo o que os jovens de hoje ainda fazem, porque adolescente é cheio de hormônio em qualquer época ou local: eles trepam, fumam, bebem absinto, se suicidam, engravidam, abortam, se masturbam, se assumem gays, cabulam aula, são abusados de várias formas pelos pais (numa sequência deveras perturbadora pra um musical) e falam palavrão - todas as coisas que a Disney jamais colocaria num filme. Lembrei daquele filme do Larry Clark, só que os jovens daquela época eram muito mais bem vestidos.
Aliás, que figurino. Que produção. Os musicais da Franquia Möeller & Botelho já viraram sinônimo de 'São corny, ok, faz parte do negócio dos musicais, mas por isso mesmo são sucesso garantido. E tem a produção esmerada'. Pra você ter uma ideia, não conhecia a história e ainda perdi o começo da peça. Deixa eu me situar: nomes em alemão. Check. Figurinos remetem ao final do século retrasado. Check. Vocês não me enganam, estudei arte na escola, na faculdade e trabalhei com produção de arte pra tv: o olho pra reconhecer épocas (retratadas *e* de produção, já que cabelos e biotipos mudam) fica cada vez mais treinado - mas isso só é possível quando a ambientação realmente remete à época. 'O Despertar'... passou nesse quesito com louvor.
O combo 'cenografia + iluminação' é outro capítulo à parte: um mínimo de elementos e um máximo de informações passadas e ambientações perfeitas. A arquitetura e acústica do Villa Lobos favorecem, mas... cenógrafo, iluminador e equipe estão de parabéns.
Já as letras das músicas... ok, vamos dar todos os descontos possíveis: é um texto alemão do século retrasado sobre sexo, drogas, rock'n'roll e rebeldia adolescente, ou seja lá o que isso queria dizer na época, adaptado para um musical da Broadway e, por fim, traduzido para o português numa adaptação dos mesmos caras que fizeram o musical sobre Burt Bacharach. Descontos dados, corram para o teatro, corram.
* * *
A mocinha da peça tem dezetantos anos e, por causa de sua criação religiosa no século retrasado, não sabe como são feitos os bebês. Curiosamente, a geração atual de adolescentes web-safe, com acesso à informação e diálogo muito mais aberto com os pais, continua não sabendo (o pessoal continua engravidando antes de arrumar emprego, até onde sei). E, aparentemente, os adolescentes descerebrados retratados em filmes, séries e livros de hoje em dia parecem saber menos ainda - e não dá nem pra culpar a criação repressora e a sociedade disciplinar de antigamente...
* * *
Quem estiver no Rio de Janeiro, assista. Quando a peça estiver na sua cidade, também. Tem informações detalhadas no site - que, aliás, faz o dever de casa bem direitinho também, com link para vídeos no Youtube, Twitter e o site de Möeller e Botelho, excelente fonte de informações sobre esta e outras produções da dupla.
* * *
O passeio ontem foi registrado pelo Victor Pencak e pelo Bruno Pimentel, da Agência Frog, responsáveis pela excursão nerd, aqui.
Uma pena que, pelos assuntos cabulosíssimos abordados na peça, 'O Despertar da Primavera' não seja indicado para a mesma faixa etária do público-alvo de 'High School Musical'. O pessoal que curte ver aquelas meninas quicando precisa, um dia, ter contato com o texto de Frank Wedekind (nessa adaptação, uma espécie de High School Musical, aliás, já que retrata um grupo de adolescentes já na época dos exames finais, entre canções e coreografias). Mas se passa na Alemanha, em 1891 - quando a peça foi escrita. E trata de uns assuntos que até eu fiquei meio tensa.
Sim, adolescentes são cheios de hormônios em qualquer época ou local. Mas os alemães do século retrasado precisavam lidar com pais muito mais repressores do que os de hoje em dia. Melchior, o protagonista, lê Goethe e se assume ateu numa sociedade bem religiosa (provavelmente luterana, não fica claro), mas, fora isso, e aí reside a diferença entre 'O Despertar da Primavera' e o musical de adolescentes dos anos 2000, os alemães do século retrasado são retratados fazendo tudo o que os jovens de hoje ainda fazem, porque adolescente é cheio de hormônio em qualquer época ou local: eles trepam, fumam, bebem absinto, se suicidam, engravidam, abortam, se masturbam, se assumem gays, cabulam aula, são abusados de várias formas pelos pais (numa sequência deveras perturbadora pra um musical) e falam palavrão - todas as coisas que a Disney jamais colocaria num filme. Lembrei daquele filme do Larry Clark, só que os jovens daquela época eram muito mais bem vestidos.
Aliás, que figurino. Que produção. Os musicais da Franquia Möeller & Botelho já viraram sinônimo de 'São corny, ok, faz parte do negócio dos musicais, mas por isso mesmo são sucesso garantido. E tem a produção esmerada'. Pra você ter uma ideia, não conhecia a história e ainda perdi o começo da peça. Deixa eu me situar: nomes em alemão. Check. Figurinos remetem ao final do século retrasado. Check. Vocês não me enganam, estudei arte na escola, na faculdade e trabalhei com produção de arte pra tv: o olho pra reconhecer épocas (retratadas *e* de produção, já que cabelos e biotipos mudam) fica cada vez mais treinado - mas isso só é possível quando a ambientação realmente remete à época. 'O Despertar'... passou nesse quesito com louvor.
O combo 'cenografia + iluminação' é outro capítulo à parte: um mínimo de elementos e um máximo de informações passadas e ambientações perfeitas. A arquitetura e acústica do Villa Lobos favorecem, mas... cenógrafo, iluminador e equipe estão de parabéns.
Já as letras das músicas... ok, vamos dar todos os descontos possíveis: é um texto alemão do século retrasado sobre sexo, drogas, rock'n'roll e rebeldia adolescente, ou seja lá o que isso queria dizer na época, adaptado para um musical da Broadway e, por fim, traduzido para o português numa adaptação dos mesmos caras que fizeram o musical sobre Burt Bacharach. Descontos dados, corram para o teatro, corram.
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A mocinha da peça tem dezetantos anos e, por causa de sua criação religiosa no século retrasado, não sabe como são feitos os bebês. Curiosamente, a geração atual de adolescentes web-safe, com acesso à informação e diálogo muito mais aberto com os pais, continua não sabendo (o pessoal continua engravidando antes de arrumar emprego, até onde sei). E, aparentemente, os adolescentes descerebrados retratados em filmes, séries e livros de hoje em dia parecem saber menos ainda - e não dá nem pra culpar a criação repressora e a sociedade disciplinar de antigamente...
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Quem estiver no Rio de Janeiro, assista. Quando a peça estiver na sua cidade, também. Tem informações detalhadas no site - que, aliás, faz o dever de casa bem direitinho também, com link para vídeos no Youtube, Twitter e o site de Möeller e Botelho, excelente fonte de informações sobre esta e outras produções da dupla.
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O passeio ontem foi registrado pelo Victor Pencak e pelo Bruno Pimentel, da Agência Frog, responsáveis pela excursão nerd, aqui.
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